quinta-feira, 24 de agosto de 2017

A Senhora


Billy Weaver partiu de Londres no vagaroso trem da tarde, com baldeação em Reading. Já eram nove horas da noite quando finalmente chegou em Bath. A lua começava a se levantar por cima das casas do outro lado da estação, num céu claro e estrelado. Mas o tempo era bastante frio, e o vento parecia uma lâmina de gelo a golpear-lhe as faces.

— Com licença, mas será que existe algum hotel razoavelmente barato aqui por perto?

— Experimente o Bell and Dragon — respondeu o porteiro da estação, apontando para um dos lados da rua. — Talvez tenham vaga. Fica a cerca de 500 metros daqui.

Billy agradeceu, pegou a valise e partiu a pé para o Bell and Dragon. Nunca antes estivera em Bath, não conhecia ninguém que morasse ali. Mas o Sr. Greenslade, da matriz em Londres, dissera-lhe que era uma cidadezinha adorável.

— Arrume um quarto para morar e depois se apresente ao gerente da nossa filial.

Billy tinha 17 anos. Usava um casaco azul-marinho novo, um chapéu marrom também novo e um terno cinza igualmente novo. Estava-se sentindo maravilhosamente bem. Caminhava rápido. Atualmente, procurava fazer tudo com o máximo de rapidez e energia. Chegara à conclusão de que era esse o segredo dos homens de negócio bem-sucedidos. Os executivos da Matriz eram realmente fantásticos em matéria de presteza. Eram mesmo impressionantes.

Não havia lojas na rua larga que estava percorrendo, apenas casas altas nos dois lados, todas idênticas. Tinham varandas e colunas, quatro ou cinco degraus. Era óbvio que haviam sido outrora residências do maior luxo. Mas agora, mesmo no escuro, Billy podia ver que a tinta estava descascando nas portas e janelas e as fachadas brancas e bonitas estavam rachadas e sujas, por falta de cuidados.

Subitamente, numa janela de um andar térreo, iluminada por um lampião a menos de seis metros de distância, Billy viu um cartaz impresso encostado no vidro, pelo lado de dentro. Dizia simplesmente CAMA E CAFÉ DA MANHÃ. Ao lado, havia um vaso de crisântemos amarelos, muito bonitos.

Billy parou de andar. Aproximou-se da janela. Cortinas verdes (de algum material parecido com veludo) pendiam dos dois lados da janela. Os crisântemos faziam um contraste realmente bonito. Espiando pelo vidro, Billy viu um fogo aceso na lareira da sala. No tapete, diante do fogo, estava um pequeno bassê, dormindo, todo enroscado, a cabeça entre as patas. Os móveis da sala, pelo que ele pôde ver na semi-escuridão, eram bem agradáveis. Havia um piano e um sofá grande, diversas cadeiras de braço estofadas. A um canto, havia um papagaio numa gaiola. A presença de animais era normalmente um bom sinal, disse Billy a si mesmo. Em tudo e por tudo, parecia uma casa aconchegante para se hospedar. E certamente muito mais confortável do que o Bell and Dragon.

Por outro lado, um pub seria mais divertido do que uma pensão. Haveria cerveja e dardos ao cair da noite, muita gente para conversar. E provavelmente seria também mais barato. Billy passara duas noites num pub, há pouco tempo, e gostara bastante. Nunca antes residira numa pensão. E, para dizer a verdade, a perspectiva deixava-o um pouco assustado. A imagem que fazia de uma pensão era de ensopadinho de repolho aguado, uma senhoria rapace e um cheiro forte de arenque na sala.

Depois de relutar dessa maneira durante dois ou três minutos, tremendo de frio, Billy decidiu andar mais um pouco para dar uma olhada no Bell and Dragon, antes de tirar suas conclusões. Virou-se para partir.

E foi nesse momento que uma coisa estranha aconteceu-lhe. Já estava começando a se virar quando seus olhos foram atraídos, de um modo bem esquisito, pelo cartaz na janela. CAMA E CAFÉ DA MANHÃ, dizia o cartaz. CAMA E CAFÉ DA MANHÃ, CAMA E CAFÉ DA MANHÃ, CAMA E CAFÉ DA MANHÃ. Cada palavra parecia um olho negro e imenso a fitá-lo através do vidro, a prendê-lo, atrai-lo, forçando-o a permanecer onde estava, a não se afastar daquela casa. E antes mesmo de compreender o que fazia, estava subindo os degraus, encaminhando-se para a porta da frente, estendendo a mão para a campainha.

Apertou-a. Ouviu-a tocar um pouco longe, num aposento nos fundos. E imediatamente, só pode ter sido imediatamente, pois ainda nem tirara o dedo da campainha, a porta se abriu e uma mulher surgiu à frente dele.

Normalmente, toca-se a campainha e aguarda-se pelo menos meio minuto até a porta se abrir. Mas aquela mulher dera a impressão de ser um desses bonecos de mola que pulam quando se levanta a tampa da caixa. Billy apertara a campainha e... Zás!, a mulher surgira a sua frente.

Ela tinha em tomo de 50 anos e olhou para Billy com um sorriso caloroso de boas-vindas.

— Entre, por favor — disse a mulher, gentilmente.

Deu um passo para o lado, mantendo a porta aberta. Billy descobriu-se a avançar automaticamente. A compulsão ou, mais acuradamente, o desejo de segui-la para o interior daquela casa era extraordinariamente forte.

— Vi o cartaz na janela — disse Billy, procurando conter-se.

— Foi o que imaginei.

— E eu estava procurando um quarto.

— Pois tenho um quarto prontinho para você, meu caro.

A mulher tinha um rosto redondo e rosado, com olhos azuis incrivelmente gentis.

— Eu estava a caminho do Bell and Dragon, quando notei o cartaz em sua janela — explicou Billy.

— Por que não entra logo e sai do frio, meu rapaz?

— Quanto cobra pelo quarto?

— Cinco xelins e seis pence, incluindo o café da manhã.

Era fantasticamente barato, menos da metade do que Billy estava disposto a pagar.

— Se acha muito, meu rapaz, talvez eu possa reduzir um pouco. Vai querer um ovo no café da manhã? Os ovos andam caríssimos atualmente. Se dispensar o ovo, posso diminuir seis pence.

— Cinco xelins e seis pence está ótimo. Eu gostaria muito de ficar aqui.

— Eu já esperava por isso. Entre, por favor.

Ela parecia extremamente delicada. Dava a impressão de ser a mãe do nosso melhor amigo na escola, a receber-nos em sua casa para os feriados do Natal. Billy tirou o chapéu e cruzou a porta.

— Pode pendurar seu chapéu ali, meu rapaz. E deixe-me ajudá-lo a tirar o casaco.

Não havia outros chapéus ou casacos no vestíbulo. Não havia guarda-chuvas, não havia bengala, não havia nada.

— Temos a casa toda para nós — disse ela, sorrindo, a cabeça ligeiramente virada para trás, enquanto subia a escada na frente de Billy. Não é com frequência que tenho o prazer de receber um visitante em meu pequeno ninho.

A velha parece meio maluca, pensou Billy. Mas a cinco xelins e seis pence por noite, quem ia preocupar-se com isso?

— Pensei que estivesse sempre cheia de candidatos — comentou Billy, polidamente.

— E é justamente o que acontece, meu caro. Mas sou um pouco exigente... se é que me entende.

— Claro, claro...

— Mas estou sempre preparada. Dia e noite, está tudo pronto para receber um jovem cavalheiro aceitável. Não pode imaginar quão grande é o meu prazer quando, volta e meia, abro a porta e deparo com alguém que é exatamente certo. Ela estava no meio da escada. Parou, uma das mãos no corrimão, virando a cabeça e sorrindo para Billy com lábios pálidos, antes de acrescentar: — Como você, meu caro rapaz. — Os olhos azuis correram pelo corpo de Billy de alto a baixo, descendo até os pés e subindo novamente.

Ao chegarem ao patamar do segundo andar, a mulher informou:

— Este é o meu andar. Subiram outro lance de escada.

— E este é todo seu, meu rapaz. O quarto é ali. Espero que goste.

Ela levou Billy a um quarto pequeno mas aconchegante, de frente, acendendo a luz ao entrar.

— Pela manhã, o sol entra direto pela janela, Sr. Perkins. É o Sr. Per-kins, não é mesmo?

— Não. Meu nome é Weaver.

— Sr. Weaver... Um bonito nome. Sempre ponho um saco de água quente entre os lençóis, para diminuir a umidade, Sr. Weaver. É um grande conforto ter uma cama quente, com lençóis limpos, não acha? E pode acender o bico de gás na hora que desejar, se sentir frio.

— Obrigado, muito obrigado.

Billy viu que a colcha tinha sido tirada e as cobertas estavam viradas no lado, tudo pronto para alguém se deitar.

— Estou imensamente contente que tenha aparecido — disse a mulher, fitando o rosto de Billy com uma expressão ansiosa. — Já estava começando a ficar preocupada.

— Prometo que não terá de preocupar-se comigo.

Billy pôs a valise em cima da cadeira e começou a abri-la.

— Vai querer jantar, meu rapaz? Por acaso comeu alguma coisa antes de chegar aqui?

— Não estou com fome, obrigado. Acho que vou deitar o mais depressa possível, pois amanhã terei que acordar bem cedo, para apresentar-me no escritório.

— Está certo. Vou deixá-lo agora, para que possa arrumar suas coisas. Mas antes de deitar-se, poderia fazer a gentileza de descer até a sala de estar, no andar térreo, para assinar o livro de registro? É uma exigência das leis locais. E não vamos querer infringir nenhuma lei, não é mesmo?

Ela sacudiu a mão ligeiramente e saiu no mesmo instante do quarto, fechando a porta.

O fato de a senhoria parecer meio amalucada não preocupava Billy. Afinal, ela era totalmente inofensiva... não havia por que duvidar disso. E parecia também possuir uma alma boa e generosa. Billy imaginou que ela provavelmente perdera um filho na guerra ou algo parecido e jamais se recuperara do choque.

Assim, alguns minutos depois, quando acabou de arrumar suas coisas e lavou as mãos, Billy desceu até o andar térreo e entrou na sala de estar. A senhoria não estava ali, mas o fogo ardia na lareira e o pequeno bassê continuava profundamente adormecido na frente. Era uma sala maravilhosamente aconchegante. Sou um camarada de sorte, pensou Billy, esfregando as mãos. Isto é muito melhor do que eu jamais poderia esperar.

O livro de registros estava aberto em cima do piano. Billy tirou sua caneta do bolso, escreveu seu nome e endereço. Havia apenas dois outros registros na página. Como todo mundo sempre faz, Billy leu os nomes daqueles hóspedes anteriores. Um fora Christopher Mulholland, de Cardiff. E o outro tinha sido Gregory W. Temple, de Bristol.

Estranho... pensou Billy subitamente. Christopher Mulholland... Isso me faz lembrar alguma coisa.
Onde já ouvira falar antes naquele nome pouco comum?

Teria sido um colega de escola? Não, não era isso. Teria sido um dos numerosos namorados da irmã ou um amigo do pai? Também não. Billy olhou novamente para o livro de registros.

Christopher Mulholland
Cathedral Road, 231, Cardiff
Gregory W. Temple
Sycamore Drive, 27, Bristol

Agora que pensava nisso, Billy teve a impressão de que também já ouvira falar no segundo nome.
— Gregory Temple? — disse ele, em voz alta, rebuscando a memória. — Christopher Mulholland?

— Dois rapazes encantadores — disse uma voz atrás dele.

Billy virou-se rapidamente e deparou com a senhoria a deslizar pela sala com uma bandeja de prata nas mãos, contendo todas as coisas necessárias a um chá. Ela segurava a bandeja bem à frente e um tanto alto, como se fosse as rédeas de um cavalo arisco.

— Esses nomes me parecem familiares — comentou Billy.

— É mesmo? Mas que interessante!

— Tenho certeza quase absoluta de que já ouvi falar nesses nomes antes, em algum lugar. Não é estranho? Talvez tenha sido nos jornais. Por acaso eles não eram famosos, jogadores de críquete ou futebol ou algo assim?

— Famosos? — repetiu a senhoria, pondo a bandeja na mesinha baixa diante do sofá. — Oh, não! Não creio que eles fossem famosos. Mas posso garantir-lhe que os dois eram incrivelmente bonitos. Altos, jovens e bonitos... exatamente como você, meu caro rapaz.

Billy olhou novamente para o livro de registros, notando agora as datas.

— Ei, o último registro tem mais de dois anos!

— É mesmo?

— É, sim. E Christopher Mulholland registrou-se quase um ano antes disso. Ou seja, há três anos.
A senhoria meneou a cabeça, deixando escapar um pequeno suspiro.

— Sabe que eu nunca tinha pensado nisso? Como o tempo voa, não é mesmo, Sr. Wilkins?

— O nome é Weaver. W-e-a-v-e-r.

— Mas é claro! — exclamou a senhoria, sentando no sofá. — Mas que tolice minha! Peço-lhe desculpas. Sou assim mesmo, Sr. Weaver. As coisas entram por um ouvido e saem pelo outro.

— Sabe o que é mais extraordinário em tudo isso?

— Não, meu rapaz, não sei.

— É que tenho a impressão de me recordar desses dois nomes, Mulholland e Temple, não apenas separadamente mas também, de alguma forma, ligados por algum motivo. Como se ambos tivessem sido famosos pelo mesmo motivo, entende? Algo assim como... Dempsey e Tunney, por exemplo, ou Churchill e Roosevelt...

— Que divertido! Mas venha até aqui agora, meu rapaz. Sente-se a meu lado no sofá e deixe-me servir-lhe uma xícara de chá e um biscoito de gengibre, antes de ir-se deitar.

— Não precisava incomodar-se.

Billy continuou parado junto ao piano, observando-a preparar as xícaras de chá. Notou que ela tinha as mãos pequenas, muito brancas e ágeis, bastante rápidas, as unhas pintadas de vermelho.

— Tenho quase certeza de que li alguma coisa a respeito deles nos jornais — disse Billy. — Creio que a qualquer momento vou recordar o que foi.

Não há nada mais irritante do que uma coisa que fica pairando à margem da memória, recusando-se a surgir em foco. Mas Billy detestava a idéia de desistir.

— Ei, espere um pouco! Mulholland... Christopher Mulholland... Não era aquele estudante de Eton que estava fazendo uma excursão a pé pelo West Country e de repente...

— Vai querer o chá com leite? Açúcar?

— Quero, sim, obrigado. E de repente...

— Um aluno de Eton? Oh, não, meu rapaz, não pode ser o meu Sr. Mulholland. Ele não estava em Eton e sim em Cambridge quando esteve aqui. Mas venha sentar-se a meu lado, rapaz, a fim de esquentar-se um pouco neste fogo maravilhoso. Venha logo. O chá já está servido.

A senhoria deu uma pancadinha no lugar vazio a seu lado no sofá, sorrindo para Billy, na expectativa.
Billy atravessou a sala lentamente e sentou na beira do sofá. A senhoria colocou a xícara de chá na mesa, à frente dele.

— Pronto! — exclamou ela, jovialmente. — Não acha lindo e aconchegante?
Billy tomou um gole de chá. A senhoria também. Durante meio minuto ou mais, nenhum dos dois disse qualquer coisa. Billy sabia que a senhoria o estava fitando. Ela estava meio virada no sofá, a observá-lo por cima da xícara de chá. De vez em quando, Billy sentia um cheiro estranho, que parecia emanar diretamente dela. Não se podia dizer que fosse um cheiro desagradável. Fazia-o pensar... bem, ele não tinha muita certeza do que o cheiro lhe recordava. Picles de noz? Couro novo? Ou seria um corredor de hospital?

Finalmente, a senhoria disse:

— O Sr. Mulholland adorava chá. Nunca vi ninguém beber tanto chá quanto o meu caro Sr. Mulholland.

— Suponho que ele tenha ido embora recentemente.

Billy ainda estava procurando recordar-se do que sabia a respeito dos dois nomes. Tinha certeza agora de que os vira nos jornais... e nas manchetes.

— Ido embora? — repetiu a senhoria, franzindo as sobrancelhas. — Mas ele não foi embora, meu rapaz. Ainda está aqui. E o Sr. Temple também. Os dois estão lá no quarto andar, juntos.

Billy colocou a xícara de chá em cima da mesa, lentamente, fitando a senhoria com uma expressão aturdida. Ela sorriu-lhe e estendeu a mão, afagando-lhe o joelho afetuosamente.

— Quantos anos tem, meu caro?

— Dezessete.

— Dezessete! — gritou ela. — Mas é a idade perfeita! O Sr. Mulholland também tinha 17 anos. Mas creio que era um pouco mais baixo do que você, meu caro. Aliás, tenho certeza disso. E os dentes dele não eram tão brancos. Sabia que possui os dentes absolutamente maravilhosos, Sr. Weaver?

— Não são tão bons quanto parecem. Estão cheios de obturações por trás.

— O Sr. Temple era um pouco mais velho — continuou a senhoria, ignorando o comentário. — Tinha 28 anos. Mas devo admitir que eu jamais teria adivinhado, se ele não me dissesse. Não havia uma única mancha em todo o corpo dele.

— Uma o quê?

— A pele dele era como a de um bebê.

Houve uma pausa. Billy pegou a xícara e tomou outro gole de chá, tornando a pousá-la no pires, gentilmente. Ficou esperando que a senhoria dissesse mais alguma coisa, mas ela parecia ter caído em outro de seus silêncios súbitos. Billy olhava fixamente para o outro lado da sala, mordendo o lábio inferior. E finalmente disse:

— Aquele papagaio... Quer saber de uma coisa? Enganou-me completamente quando o vi pela primeira vez, através da janela. Podia jurar que estava vivo.

— Infelizmente, não está mais.

— É um trabalho incrivelmente bem-feito. Ninguém diria que aquele papagaio está morto. Quem fez?

— Eu mesma.

— Como?

— Fui eu mesma. Ainda não reparou no meu pequeno Basil?

Ela sacudiu a cabeça na direção do pequeno bassê enroscado no chão, diante da lareira. Billy olhou-o. E subitamente compreendeu que o cachorro também estivera imóvel e silencioso durante todo o tempo, assim como o papagaio. Estendeu a mão e tocou de leve no dorso do animal, sentindo-o duro e frio. Empurrou os pêlos para um lado, com as pontas dos dedos, vendo a pele por baixo, acinzentada, bem seca, perfeitamente preservada.

— Santo Deus! Mas isso é fantástico! — Billy olhou para a mulherzinha sentada no sofá, a seu lado, com uma expressão de profunda admiração. E comentou: — Deve ter sido um trabalho terrivelmente difícil.

— Claro que não foi. Sempre faço isso com meus animais de estimação, quando eles morrem. Aceita outra xícara de chá?

— Não, obrigado.

O chá estava com um ligeiro gosto de amêndoas amargas e Billy não gostara muito.

— Já assinou o livro de registros, meu caro?

— Já, sim.

— Isso é ótimo. Se mais tarde eu esquecer seu nome, poderei descer até aqui para dar uma olhada. Ainda faço isso quase todos os dias com o Sr. Mulholland e o Sr.... Sr....

— Temple, Gregory Temple. Desculpe perguntar-lhe, mas não teve outros hóspedes aqui nos últimos dois ou três anos?

Levantando a xícara com uma das mãos, inclinando a cabeça ligeiramente para a esquerda, ela fitou Billy pelo canto dos olhos e presenteou-o com outro sorriso gentil.

— Oh, não, meu caro! Apenas você...

Nenhum comentário:

Postar um comentário